Grécia


do mundo sensível, sendo que uma coisa é mais ou menos bela conforme a sua participação na ideia suprema de beleza. Também Sócrates se debruçava sobre o tema da beleza considerando que o Belo era uma concordância observada pelos olhos e ouvidos.
Platão (428-347a.C.)


As mulheres usavam óleos perfumados e evitavam o mais possível expor-se ao Sol, visto o bronzeado não ser considerado belo. As mais abastadas usavam jóias, a maior parte de ouro e prata muito trabalhadas.

O CABELO
Os salões de barbeiro surgiram na Grécia Antiga. Conversas sobre política, desporto e eventos sociais eram mantidas por filósofos, escritores, poetas e políticos, enquanto estes eram barbeados, faziam ondas nos cabelos, manicure, pedicure e recebiam massagens. Os cabelos eram principalmente espessos e escuros e eram usados longos e ondulados. É nos frescos de Creta que o rabo-de-cavalo usado pelas mulheres aparece pela primeira vez. Os preparados cosméticos, óleos, pomadas, graxas e loções eram usados para dar brilho e um perfume agradável aos cabelos. Os cabelos loiros eram raros e admirados pelos gregos e ambos os sexos tentavam descolorar seus cabelos com infusões de flores amarelas. As barbas, verdadeiras e falsas, continuaram populares até o reinado de Alexandre o Grande.
BANHO
A história do banho e da banheira
Várias civilizações antigas inclusive as clássicas grega e romana, consideravam o asseio pessoal como uma prática saudável e agradável. A tradição foi assimilada pelo islamismo e passando o tempo tomada em conta pelo chamado mundo Ocidental Contemporâneo.

Tanto na Grécia como em Roma o banho resultava em um complicado ritual de cuidados corporais que compreendia em exercícios físicos, massagens com óleos especiais, imersões em águas de diferentes temperaturas, limpeza consciente da pele, a qual finalmente se aplicavam cremes e adereços.
São as chamadas termas romanas, especialmente as de Caracala, os vestígios materiais mais importantes chegados a actualidade para narrar a história do banho entre os humanos, mas as estâncias públicas mais antigas, dedicadas para este fim são as encontradas na cidade índia de Mohenjo-Daro, com mais de 4 mil anos de existência. Outras pistas bem anteriores se localizam nas ruínas do palácio de Cnosos, na ilha grega de Creta, a cidade real egípcia de Tell el-Amarna, primitivos artefactos similares a duches pintados em ânforas helénicas, e o testemunho literário de Homero quando na Ilíada fala de tinas com função de banheiras.
TERMAS
As primeiras termas surgiram na Grécia Antiga. Considerados lugares protegidos pela divindade, situavam-se perto de ginásios. Os balneários simples rapidamente se transformaram em locais luxuosos, com piscinas em mármore e bocas de água de prata maciça. Os utentes passavam alternadamente por salas de água quente e fria, o que provocava a transpiração que eliminava as impurezas da pele. Por fim limpavam todo o corpo com óleo, que depois retiravam com água perfumada.
MASSAGEM
A massagem era uma prática comum na Grécia Antiga. A massagem era utilizada pela medicina assim como o eram os cataplasmas, tónicos, ar fresco e dietas correctivas. As escolas de topo da Antiga Grécia eram escolas desportivas equipadas com vestiários, balneários, salas de treino, salas de aulas e salas de massagens.
Embora a massagem fosse comum na Grécia destacam-se alguns notáveis que a ela recorriam:


Esculápio ou
Asclépio (124-44 a.C.)
Hipócrates conhecido como o “pai da medicina”, escreveu no século V a.C.: “Para se gozar de boa saúde, é preciso tomar um banho perfumado e fazer
uma massagem com óleos todos os dias.”

Hipócrates considerava que “um médico deve ter muita experiência em muitas coisas mas seguramente em massajar”. Ele defendia que todas as doenças resultavam de causas naturais devendo ser tratadas também de forma natural – alimentação saudável, exercício, dieta, descanso, banhos, ar fresco, massagens, música e convivência com amigos. Hipócrates é frequentemente descrito como holístico, mas, paradoxalmente, é também notável a sua aproximação racional à anatomia, medicina e prognóstico, separando a medicina da filosofia e da religião.



VESTUÁRIO
Tecidos e Cores
O vestuário era parte integrante do ideal de beleza para qualquer grego. Assim, as roupas gregas eram sobretudo de lã tecida muito finamente, factor que as tornava mais delicadas do que as actuais roupas de lã. Eram também utilizados trajes mais leves de linho tecido. As classes mais abastadas
compravam seda ao oriente e na época helenística plantaram-se amoreiras na ilha de Cós, o que deu origem a uma indústria nacional de seda. As cores garridas eram
muito populares, especialmente entre as mulheres. Obtinha-se a púrpura dos caramujos e o tom violeta da larva de um insecto chamado “larva de quermes”. Das plantas obtinham-se outras matérias corantes. Os mais pobres, provavelmente usavam roupas não tingidas.


Caramujo
Modelos/Calçado

A MULHER GREGA
Cuidados com o corpo
A mulher na Antiga Grécia dedicava muita atenção ao cuidado com o corpo. Nos ginásios e banhos públicos, as jovens da alta sociedade ateniense exercitavam-se para não perderem a linha harmoniosa e esbelta que ainda hoje admiramos nas estátuas.
A mulher helénica tirava a sua túnica e nua efectuava exercícios físicos para adelgaçar a cintura e as ancas. De seguida tomava um banho muito frio para manter a pele fresca.
As jovens gregas tinham ainda o cuidado de evitar o desenvolvimento do peito, aplicando para tal pomadas adstringentes – nenhuma dama de Ática que quisesse distinguir-se pela sua beleza podia ter um busto desenvolvido. Ser perceptível sob o Chiton uma curva pequena e forte, uns
ombros proporcionados e um pescoço esbelto eram características almejadas por toda a mulher grega. Assim, sujeitavam ombros e pescoço a violentas massagens para evitar a obesidade. Embora algumas mulheres usassem cintas para reduzir a cintura, o vestuário interior que se usava na altura, túnicas de linho ou algodão transparentes e de tons pálidos, não permitiam dissimular a obesidade.

MAQUILHAGEM
As gregas sombreavam os olhos de negro e azul e aplicavam carmim para avivar as maçãs do rosto. Os lábios e as unhas eram igualmente alvos de especiais cuidados sendo pintados de tons uniforme tal como hoje.
Pó mortal

PERFUMES
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Quanto à arte da perfumaria já se usa olíbano, mirra, canela, cravo, benjoim e sândalo com o intuito de sedução no século IV a.C.
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Recipientes para perfumes, óleos e cosméticos
DEPILAÇÃO
As mulheres gregas eram também muito vaidosas pelo que praticavam a depilação com fins estéticos. Para tanto arrancavam os pêlos púbicos com a mão e queimavam-nos com cinzas quentes. Os restantes pêlos eram retirados com uma pasta à base de vegetais, cinzas e uma argila especial.

“As damas passavam horas e horas frente ao espelho levando a cabo o mais completo arranjo do seu rosto. Saíam do toucador completamente transformadas, chegando ao extremo de em Atenas não haver mulheres velhas nem feias. A maior parte das mulheres usavam compressas de cera quente para fazer desaparecer as rugas, preparados cáusticos para suavizar a epiderme, alongavam os olhos com uma sombra azul e aplicavam vermelhidão sobre as faces. Aspácia de Mileto, para conseguir a sua tão elogiada palidez, ingeria todas as manhãs uma grande quantidade de cominhos”.
Apolónio de Herófila
In Tratado de Perfumes
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