Perestroika
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A Perestroika (do russo: reconstrução, reestruturação) foi um conjunto de reformas radicais iniciadas em 1985 pelo então secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética, Mikail Gorbachev.
O
Gosplan (Comitê de planejamento) era
o órgão estatal centralizador responsável por toda e qualquer decisão sobre a
cadeia produtiva da URSS. Embora esta prática tenha dado bons resultados
durante as primeiras décadas da URSS, permanecendo competitivo até os anos 70,
o modelo aplicado de utilização da mão-de-obra e matérias primas, que
acarretaram um desperdício de tempo e recursos, foi ultrapassado pelas novas
práticas técnico-administrativos (Japáo – toyotismo), mais flexíveis e
produtivas, surgidas sob o signo da Terceira Revolução Industrial, e adotada
principalmente pelos EUA.

De
1985 a 1991, a perestroika foi
responsável por transformações como a liberação gradual do trabalho individual
assalariado, a desestatização das terras e privatização de suas grandes indústrias
estatais; bem como, a regulamentação das atividades capitalistas no país. Gorbachev,
pró abertura, fomentou o aparecimento de novas idéias dentro do próprio PCUS. Esperava
com a Glasnost uma maior seriedade
(transparência) nas práticas políticas, bem como maior coesão entorno de si.
Deve-se destacar que Gorbachev, não tinha o intuito de acabar com o socialismo
soviético, mas sim, ocasionar mudanças econômicas que reativassem o crescimento
econômico e competitividade da URSS no mercado internacional. O PCUS, dividido,
desentendia-se entre levar as reformas até o ponto em que os preceitos
socialistas não fossem ameaçados, ou ir fundo na reforma em direção a economia
de mercado. Dentre os últimos, estava Yeltsin, que assumindo a posição de
Democrata, levou as reformas a tal ponto que o retorno ao socialismo fez-se
impossível.

A
divisão dentro do PCUS a essa altura é inevitável, e em 13 de maio de 1990, uma
lei determinava o fim do monopartidarismo. Gorbachev e Yeltsin radicalizaram a
disputa pelo poder. Várias repúblicas declaram-se, unilateralmente,
independentes.
Em
março de 1991, Yeltsin é eleito presidente da República russa. Depois de muitas
propostas rejeitadas pelas repúblicas, é costurado um tratado que cria “A União
dos Estados Soberanos” que seria assinado no dia 20 de agosto de 1991. Seria;
se na véspera da assinatura não tivesse ocorrido o putsch (tentativa de golpe), arquitetado por alguns dos membros
mais próximos a Gorbachev, como o seu vice-presidente e o chefe da KGB. Os
golpistas -através do Comitê Estatal do Estado de
Emergência (GKChP), que
assumiu o governo- diziam não ser contra as mudanças, mas queriam melhorá-las
colocando em pauta reformas sociais. Contudo, enquanto Gorbachev era mantido em
cárcere privado, Yeltsin entrincheirou-se no parlamento com seus aliados,
conclamando a população a boicotar o putsch.
Atendendo ao pedido, a população cercou a sede do Soviete Supremo em vigília,
colocando o GKChP, sob um dilema: continuar com o putsch e derramar o sangue civil ou desitir da empreitada. O golpe
esvaziou-se em apenas três dias. Gorbachev voltou no dia 22 de agosto
para retomar as atividades
presidenciais, porém foi compelido a dar explicações ao parlamento: Como
poderia manter tão perto, elementos que poderiam colocar em risco as reformas?
Yeltsin, saindo da tentativa de golpe como herói, ganha ainda mais poder e, com
a ajuda do parlamento, obriga Gorbachev a aceitar em seu novo gabinete, pessoas
ligadas a ele. Gorbachev perde prestígio e demite-se do cargo de Secretáio-geral
do CC, enquanto seu tratado com as repúblicas, perdia força. Várias repúblicas
declaram-se independentes. Yeltsin, agora à frente da perestroika, mediante à ‘epidemia’ separatista que varria a URSS,
reúne-se com os chefes de Estado da Bielo-rússia e da Ucrânia secretamente,
acertando um novo acordo que, mais tarde, seria seguido por todas as
Repúblicas. Gorbachev apresenta sua renúncia ao cargo de presidente da URSS no
dia 25 de dezembro de 1991. No dia seguinte, 26, nasce a Comunidade dos Estados
Independentes enquanto um pequeno grupo de deputados vota oficialmente pelo fim
da URSS. Estava virada, uma das mais importantes páginas da história do século
XX.


Fábio Souza e André Maciel – Graduandos de história
pela Universidade Federal Fluminense.
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