Hegel
Sobre o Idealismo Absoluto
“(....) que o verdadeiro seja
efetivamente real unicamente como sistema ou que a substância seja
essencialmente sujeito expressa-se na representação que enuncia o absoluto como
espírito, o conceito mais sublime de todos, que pertence aos tempos modernos.
Só o espiritual é real”. (Hegel)
No Idealismo Absoluto o homem é
reduzido à consciência, ou seja, esse homem só é capaz de criar objetos estando
plenamente consciente do que faz. Kant, formulando o Idealismo Transcendental
acrescenta ainda que os objetos existem graças a relação que lhes é atribuída
ao pensamento humano.
Segundo a novíssima filosofia de
Fichte, os objetos podem ser criados a partir da consciência, contudo não a
partir do primeiro estágio de pensamento, mas a partir das potências superiores
de da consciência. Desta forma, Fichte também demonstra que qualquer pessoa
pode filosofar, não apenas aqueles que tem acesso aos objetos, privilegiados
pela posição de filósofos. Fichte ainda em sua doutrina-da-ciência presupoem-se
um sistema fechado onde se um elemento é, todo o restante tem de ser e de ser
exatamente como é. De outro lado, Kant utilizando-se das determinações
primeiras e fundamentais da consciência, renega veementemente a proposição de
Fichte pois acredita que os objetos são criados a partir apenas da consciência.
Como podemos diferenciar a filosofia de Kant e Fichte no que diz respeito a
determinação dos níveis de consciência e pensamento no que diz respeito a
criação de objetos?
Relacionando ao que citei acima,
seria interessante ressaltar como Kant lida com a coisa-mesma, pois parece que ele ignora a idéia de que algo preceda
o conhecimento humano.
Analogias de Fichte e Hegel
Sabemos o quanto a revolução
francesa influenciou todo o pensamento e a obra de Hegel. Na Academia, é muito
comum encontrar a designação fragmentada do que é dialética de Hegel desta
seguinte forma: tese (em nosso exemplo, a revolução), antítese (o terror
subsequente) e a síntese (o estado constitucional de cidadãos livres). Contudo,
estudiosos dizem ela foi criada anteriormente por Fichte. Qual seriam as
diferenças das analogias de Fichte e Hegel, feitas entre o indivíduo e o mundo,
no que diz respeito a utilização da dialética?
Sobre a Dialética
“O verdadeiro é o todo” - “Todo o real é racional” (Hegel).
Hegel, na tentativa de englobar toda
a filosofia anterior a sua, cria um sistema extremamente abrangente, aberto o
suficiente para abrir caminho para profundas críticas à sua obra.
Hegel utilizou-se deste sistema para
explicar toda a história da filosofia, da ciência, da arte, da política e da
religião, mas muitos críticos modernos assinalam que Hegel geralmente parece
analisar superficialmente as realidades da história afim de encaixá-las em seu
modelo dialético. Arthur Schopenhauer trata assim sua filosofia:
"Hegel, um charlatão banal,
vácuo, repugnante e ignorante, que mistura insanidade e disparates com uma
arrogância sem precedentes, o que os seus partidários transmitem como se
tratasse de sabedoria imortal tida como verdade por idiotas... condenou à ruína
toda uma geração de intelectuais".
Schopenhauer ainda tacha a obra de
Hegel como uma pseudo-filosofia. Ao meu ver, o problema parece residir mesmo na
intenção hegeliana de explicação de tudo dentro da história através de sua
dialética. Sem dúvida um método reducionista de interpretação da dinâmica
histórica, que não leva em consideração ideologias, sentimentos e muito menos a
arte (no que diz respeito ao processo histórico, não a ela mesma), que Hegel
tanto coloca como expressão das idéias humanas de Deus, do mundo e de si
próprios. A utilização que Hegel faz da tolerância para a “permissão” do uso da
dialética soa mais como indulgência à própria criação, onde tudo se encaixa
fantasticamente.
Bibliografia:
MARX,
Karl. A ideologia Alemã. São Paulo.
Editora Martins Fontes, 2001
HIRSCHBERGER, J.
(trad.). De Descartes ao Idealismo.
Frankfurt, Universitat Goethe, 1954.
FICHTE, Johann G. Comunicado claro como o sol ao grande
público onde se mostra em que consiste propriamente a novíssima filosofia.
Um ensaio para forçar o leitor à inteligência. São Paulo. Editora 70, 2000.
HEGEL. “HEGEL - Vida e obra”. São Paulo,
Editora Nova Cultural, Coleção Os Pensadores, 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário