O historiador
Episódio: A paquera
Naquele
primeiro dia de aula, digo ‘aula trote’, conheci algumas dezenas de pessoas. Os
veteranos, em sua maioria eram militantes de esquerda e não hesitavam em
criticar, gesticular e macular a imagem de qualquer direitista desavisado que
passasse pelas sua mentes. Meus olhos corriam soltos por belos rostos novos. A
primeira mulher que conheci era uma gata, tinha seus cabelos longos, negros
como o céu em uma noite sem luar, e que escorriam-se até o ombro, olhos obtusos
e igualmente negros como os que eu sempre amei numa mulher. Seu rosto era reto,
levemente retangular, o que transferia uma aparência de objetividade e
ofensividade. Corpo perfeito, em um vestido que ressalvava pequenos seios, uma
barriguinha sem qualquer excesso e um traseiro comum. O sorriso simpático,
iniciático na nossa civilização hipócrita esteve presente, mas obviamente não
por muito tempo. Não era aquela ou qualquer outra que estava ali. Apesar de
tudo que eu pudesse gostar em uma mulher. Depois do trote, e dos militantes
veteranos terem reafirmado a sua posição político-revolucionária, finalmente
fomos todos beber. Apresentaram-nos a
tudo aquilo que finalmente queríamos ter...
Um lugar espaçoso, muita liberdade, mulheres lindas bebendo e fumando
sem o menor pudor e som a vontade. Estávamos em
um praça rodeada por bares austeros, pouco sofisticados mas certamente
abastecidos com qualquer coisa que pudéssemos consumir. Os garçons já
posicionavam suas mesas nas ruas pois nem dentro do bar, nem na praça haviam
lugares disponíveis. Ele se esgueiravam em meio as mesas como uma moréia que
desvia das pedras. Não sofremos nada disso na nossa mesa já posta em baixo de
uma amendoeira. Os petiscos diversos forma esquecidos pois o que manda é a
cerveja, e ela veio, gelada e para começar fechamos uma caixa inteira. Na minha
pobre ingenuidade, achei que bastaria, e de certo bastou, para uns quinze
minutos, no máximo. Logo começamos a nos apresentar, subindo em um pequeno
jardim suspenso atrás de nós, onde não por acaso a mesma amendoeira nos
atestava o prematuro pileque. Dizíamos o nome, o porquê de estarmos cursando
história e claro, se tínhamos namorados
ou namoradas. Os veteranos estavam ávidos por novas carnes na faculdade, assim
como nós estaremos no próximo vestibular. Foi logo dali de cima que vi a Luna,
como depois teria o prazer de ouvir esse nome da sua própria boca, cabelos
curtinhos, castanhos claros arrumados apenas em um elástico atrás da cabeça.
Seus pequenos olhos castanhos e seu largo sorriso não continham um par de
maldade, que também não poderia sobreviver ao álcool que a exorcizava em suas
pequenas e pálidas mãos. A brancura de sua pele não poderia nem de longe ser
confundida com alvor, pois aparentava a miscigenação de qualquer brasileiro de
descendência ibérica. Um corpo esguio, coberto pelo jeans mais comum e surrado
que se poderia achar naquela cidade. Uma blusa colorida em tons de arco-íris
que cobria os seios e o colo, deixando meia porção dos finos braços à mostra.
Pés pequenos bem recolhidos em um tênis vermelho e branco num estilo despojado.
Foi isso que vi, lá de cima, e depois de ter dito meia dúzia de bobagens, senti
que ela também me fitava, e prestava atenção em mim. Eu larguei a informática
para fazer o que realmente gostava: história! Disse eu despudorado, com um copo
na mão e a vergonha desmitificada pelo álcool. Desci e calmamente fui andando
em volta da mesa, perfilando seu rosto até estivesse por trás das cadeiras.
Admirei-a por algumas horas, ou teriam sido minutos?
Na
volta para casa, fomos nós em um grande grupo, soltos pela bebida e animados
pelo início das aulas. Luna estava a minha frente, em um andar despreocupado e acostumado a
cinco períodos de longas caminhadas pela orla de Niterói. A baia de Guanabara
nunca esteve tão bela, refletia com clareza e brilho a lua, que por sua vez, de
tão luminosa praticamente inutilizava os grandes refletores públicos. Casais
namoravam, espremidos pela concorrência de tantos casais, na penumbra existente
no gramado próximo as barcas. Os prédios mantinham seus letreiros chamativos e
multicores de corporações multinacionais mesmo tarde da noite, deixando claro o
tom de urbanização que contrastava com a quantidade de ´hippies´ em frente a
esses mesmos prédios. Viviam ali, ali mesmo, na rua. Estavam por toda parte, e
sustentavam-se como faziam em qualquer outro lugar. Vendendo seu artesanato
para aquele povo altamente urbanizado e discriminador. Luna olhou para trás, e
não sei se nessa hora meu olhar me traiu ou me atraiu direto para aqueles pequenos
olhoszinhos amendoados. Vieram acompanhados de um breve sorriso, ou seria
apenas um forçar de maxilar? De fato eu estava lá, hipnotizado e sendo levado
como um ventrículo mudo por aquele arrastão de calouros, alguns de outros
cursos, pintados, outros maltrapilhos e invariavelmente felizes pela aprovação
no vestibular.
E
finalmente chegamos ao local de
distribuição de gente. Era onde alguns tomavam o caminho do terminal
rodoviário, outros continuavam sua ‘via crusis’ a pé e alguns felizardos como
eu, pegavam as barcas. Mas feliz ainda fiquei eu que soube na hora que aquela
bela criatura que eu mirei a noite inteira estaria comigo nas barcas. As barcas
que fazem a travessia da Baia de Guanabara, entre Rio de Janeiro e Niterói, são
as mesmas a décadas, enormes, com capacidade para até duas mil pessoas, lentas
e barulhentas, contudo são bem conservadas, o que chega até a dar um charme a
viagem. São compostas de dois andares, algumas possuem um visão panorâmica em
torno de toda embarcação. A proa está entre os lugares mais disputados da
barca, ali se tem uma visão da ponte Rio-Niteroi, do Cristo Redentor, e de todo
o centro do Rio, totalmente iluminado e com seus prédios históricos à fomentar
qualquer romance ou a convidar qualquer amante platônico ao suicídio. Aquele
nosso grupo não era assim tão homogêneo, bom, talvez os calouros, mas não os
veteranos. Logo me vi afastado de Luna, que entre um pequeno grupo de homens,
de um jeitinho de fitar novamente. A pasta branca turva na mão e a mochila
jeans curvavam seu corpo como em um grande esforço, quase tive a coragem de ir
até lá e tomar todo aquele peso para mim. Estou dizendo todo aquele peso com
ela mesma em meus braços. O que para mim não seria lá tanto peso. Luna tinha
mesmo um corpo quase esguio, não fosse os pequenos seios e as curvas lombares
suficientes para me deixar ensandecido, sua estatura beirava ao meu queixo, o
que não era muita coisa já que tenho 1,68m. Mas eu me contive, talvez por
covardia, o que na minha hipocrisia suprema, prefiro chamar de timidez. Mesmo
assim não conseguia tirar meus olhos dela, não conseguia ouvir cada palavra
tropeçada e dita entre dentes dos meus novos colegas, apenas via Luna, em um
hall enorme de espera para entrada nas barcas. Quando entramos, nos unimos aos
mais velhos e logo formamos um grande grupo de bate-papo e crítica aos
professores. Quem é... Quais são... o que fazem... quais seus expedientes... o
que querem... seus caráteres... Em fim tudo que podíamos falar para encher um
passagem de vinte e cinco minutos para a Praça XV, no Rio de Janeiro. Me sentei
bem na frente e ao olhar para trás via as caras mais engraçadas e acharcadas
daquela noite, afinal eram estudantes de história e em história tem que se
beber para esquecer tanta coisa que agente fica sabendo. Muitas delas podem nos
fazer passar nas provas mas também podem nos deixar loucos com os prognósticos
para um país de terceiro mundo como o Brasil. Cadê Luna? Pus o rosto sobre o
ombro direito e vasculhei a barca. Será ela uma fada, será que caiu no mar em
um dos grandes movimentos que as barcas faziam em meio a marolas, e voltou a
ser uma sereia, ou virou mesmo uma abóbora? É mais capaz dela ter decidido
conversar com algum daqueles rapazes, que infelizmente seria seu namorado, no
primeiro andar das barcas. Eu olhava aqueles rostos embebedados e não via
ninguém, ninguém que me chamasse atenção como aquele rostinho oval e olhos
sedutoramente amendoados. Deus! Disse eu entre os dentes. Então dei de ombros e
virei vagarosamente para frente, quase cabisbaixo. Vi que estava meio cercado,
veteranos por todos os lados, e quando eu queria entrar num daqueles meus
estados anormalidade, protegendo não a mim, mas a sociedade, em que enrugo meu
rosto e forço meu lábios até parecerem um
chaleira, alguém põem os pés no meu descanso de braço fala alguma coisa que eu
já tinha ouvido pelo menos meio milhão de vezes. Pacientemente drogado, como eu
estava, respondi tacitamente ainda olhando para os pés. Droga. Mas era uma
festa e que historiador serei eu, em meio a dezenas de pessoas, calado e
embiocado pela acentuadíssima vergonha. O meu
‘oi, tudo bem’, nunca foi tão falso. Respondeu ‘oi’, uma voz plácida e
calma, dessas tão tenras que nos deixam nervoso. Minha atenção foi toda voltada
para aquela voz e quando levantei a cabeça e vi a Nina. Aqueles olhos
amendoados tão pertinho de mim... ao meu braço de distância, que a qualquer
momento poderia traze-la pela palma da mão até os meus lábios. Decididamente,
perguntei a ela... –É... é... é... qual... é... qual é o seu nome? Agora sim,
vi seus lábios se mexendo em um sentido único, bi-silábico, armonioso, para
pronunciar o que eu jurava ser o apelido mais lindo que já vi, dado por alguém
ainda mais apaixonado do que eu. –Luna. Respondeu ela. –E qual é o seu nome?
Perguntou o mesmo aparvalhado que escreve. –Luna. Replicou ela. Meu Deus,
estava extasiado, o pai dessa menina era realmente sucinto, um gênio, dentro de
uma ótica de simplicidade. E eu, um idiota, perplexo, vislumbrando aquela
madona virada para mim, sentada sobre o outro descanso de braço, como queixo
apoiado na mão que por sua vez estava sobre a perna. –Luna. Insistiu ela. Mas
meu problema não era surdez, bom talvez no conjunto, mas não propriamente isso.
-Meu
Deus, é o nome mais carinhoso que já ouvi falar!
-Legal.
disse ela. Nos não estávamos sóis e então talvez por educação dela e presunção
minha ela perguntou para alguns que estavam comigo: -Gostaram da aula trote? A
resposta foi unânime, afinal, passamos quase duas horas ouvindo um cara de
posições de extrema direita defender a cobrança de mensalidades para as
universidades públicas, o fim da gratuidade dos cursos de pós-graduação e fazer
críticas ferrenhas e sarcásticas sobre a extinta URSS e Cuba. O divertimento
era deles, afinal a cada palavra daquele cara, nós nos exaltávamos, o
contestávamos e nos levantávamos enraivecidos. Alguns olhares esbugalhados
denunciavam a falta de segurança que aquele rapaz tinha ali dentro. Outros
batiam com os pés impacientes no chão e a maioria desfazia daquele discurso
rindo com uma mão a tapar os dentes e a outra a segurar a cadeira esperando um
sinal em código que bem poderia ser uma ordem explícita ou uma caneta caindo ao
chão. Felizmente, o digníssimo colega lá na frente, percebeu a iminente
agressão física que iria sofrer e revelou o mistério, não passava de um
veterano mais adiantado que depois foi encher a cara com agente na praça.
Mas
eu involuntariamente puxei a conversa para mim, não sei se porque não conseguia
tirar os olhos de cima dela ou porque
simplesmente ignorava meus novos colegas. Mas eu fazia perguntas vazias como
‘se você gosta dos professores?’ ou ‘o lugar aqui é tranquilo?´ Essas
imbecilidades que falamos quando estamos com uma faca no pescoço. Passaram os
vinte e cinco minutos, e droga, a viagem acabou, todos nós nos levantamos e
naquela bagunça para sair eu me perdi de Luna, era um empurra, empurra, todos
falando alto, decidindo que ônibus tomar, como se encontrar de novo, mal pude
falar com ela, quando desembarcamos, nem ao menos um ‘tchau’. Fiquei parado,
embaixo do monumento a Dom JoãoVI, em plena Praça XV, procurando um rastro
daquele ser apaixonante.
Eu
fui mesmo penalizado por tal apatia, durante uma semana inteira eu procurei por
ela e não a achei. Uma semana inteira. Meu coração diminuía toda vez que entrava
na faculdade, e a esperança de encontra-la se renovava a cada dia, como se
fosse normal o frio no estômago a cada vez que eu adentrava àqueles portões
aramados. Já estava praticamente sem forças, achei que ela ela estudava pela
manhã e então nunca mais a veria. Juntei-me a uns colegas e segui em direção ao
prédio onde cursava as diferentes disciplinas de história. Passei decidido
entre algumas dezenas de pessoas que na entrada do prédio apenas conversava e
discutia aparentemente sobre assuntos fúteis. Estava tão decidido que não consegui parar, ela estava ali,
passou ao meu lado, com o lenço entre as pequeninas mãos e o nariz extremamente
vermelho, mas o olhar foi fatal para mim. Um milionésimo de segundo, um olhar
e... –oi! E eu respondi escrota-ridícula-estupidamente –oi... E continuei
andando... O que se passava na minha cabeça? O que? Andei... Subtamente olhei
para trás, não era tão atrás... estava quase ao meu lado, eu olhei... Ela
estava me olhando... E eu, esbarrei em uma pessoa que estava em minha frente.
–Desculpe. Aparvalhado. –Tá. Respondeu alguém menos idiota do que eu. E
continuei andando... e pensando... qual é cara, volta lá! Mas já tinha subido.
Pausa para crítica ainda mais construtiva, aquele cara que passou pela mulher
por quem estava enamorado, falou com ela repentinamente, nçao teve a coragem de
falar com ela e ainda vez vergonha de quase cair no chão estatelado de
vergonha, ele não é um idiota???!!! Pois é, esse cara sou eu!
Bom,
eu tomei coragem depois, enchi meu peito de ar, ensaiei algumas frases de
efeito, do tipo: “Oba gata, faz uma semana que não te vejo... uma semana
perdida!”, E desci com toda disposição. Passei pela entrada principal –só
existe uma- olhei ainda com o peito estufado de nada. Sabe quando você se vê em
um estádio vazio, sozinho, no meio dele e não há para onde correr, você grita e
ninguém responde. Não há ninguém! O silêncio é sepulcral, mas ao menos eu
escutei alguns pequenos grilos de fundo... Cricri-cricri-cricri. Droga, e
agora... fiquei olhando de um lado para o outro idiotizado (Desculpem usar esta
palavra repetidas vezes, mas não há outra, concorda?!)
Mais
uma semana inteira! Uma semana! Coração na mão, apertado, falta de ar... Aquela
coisa toda que todo mundo sente um dia.
Mas é isso mesmo, eu a encontrei de novo, eu a vi próximo a um pequeno brechó
em frente mesmo ao nosso prédio de história. Eu estava bem aquele dia, alguém
tinha me dito que eu estava magrinho, meu corpo estava maneiro, e por conta
disso, eu acho tomei coragem. Tomei coragem mesmo, quando eu chegava com uma
amigo ( Não se esqueça, estou tentando ser o mais verossímil possível, estou
escrevendo de tudo que me lembro) que estava vindo comigo desde a estação das
barcas. Ela estava se afastando, eu fiquei ali com ele, ouvindo-o e ao mesmo
tempo sem dar-lhe a atenção que merecia. Então, batei as seis horas, estavam
iniciando as aulas, Luna estava ao prédio ao lado e eu a estava mirando como
uma coruja, meu amigo me chamou e eu disse alguma coisa para que ele se
adiantasse e fosse para sala que eu estava esperando um amigo, infelizmente
devo ter dito algo de que ele não gostou e por isso pago até hoje, porque senti
que ele se afastou, mesmo depois que me aproximei dele e pedi desculpas de
qualquer coisa que pudesse tê-lo magoado. Bom, esse deslize não passou barato.
Eu realmente me posicionara como uma cobra diante de uma rato. Estava esperando
apenas ela sair do prédio ao lado. Acho que ela já havia me visto, bom... eu
não sei ao certo. Quando ela saiu daquele hall de espera, e eu estava lá prontinho,
ela veio em minha direção. Eu estava para do em frente ao brechó do qual ela
faz parte ou ajuda, não sei, e a vi andando lentamente na direção tangencial a
minha. Passou ao meu lado e... –oi. E –oi... Você acha que eu deixei barato?
Estava decidido, já disse! Olhei-a com tal força que acho que até hoje ela
parou por conta disso, e disse:
-Tudo
bem?
-Tudo,
como vai...
-Legal,
tá gostando da faculdade?
-Adorando,
eu vi você da vez passada e eu... eu de via Ter parado mas não parei, vi que
você estava meio doente né?! Pois é depois voltei mas você não estva mais aqui
embaixo e não pude falar com você direito.
-É,
eu estava mal para caramba! Eu sou bolsista e as vezes venho para cá a tarde e
pego matérias a tarde e não tenho horário certo...
-Pô,
você poderia me explicar como funciona esse negócio de bolsa e monitoria?!
-Claro,
eu só não posso agora...
-Não, eu também não... tenho
aula, e ela já até começou!
-A gente pode se falar
depois?
-Anota o meu número.
-Claro, você lembra do meu
nome?
-Na verdade não, conhecemos
tantas pessoas aquele dia né?!
-Meu nome é Luís.
-Você lembra do meu?
-Nani!
-Luna!
-Claro Luna!
Desculpe... Você pode imaginar como eu
me senti?
-Pode falar. Já com o
celular em riste. Enquanto ela me dava o celular eu gritava por dentro: Aí em
finalmente...
-Sexta feira, você pode
chegar um pouco mais cedo? Por volta de 17:30? Disse ela.
-Posso, vou esta aqui nesse
horário!
-Tá bom, aí agente conversa
tá?!
-Tá, um beijo, tchau! Disse
eu, sem ao menos ter coragem, de obviamente chegar perto dela...
Mas eu agora estava com o
telefone dela e só não pulei de alegria porque... pô, porque ia ser maior mico
né! Eu me encaminhei para sala e sorri durante o resto da noite, em qualquer
que fosse a aula, eu estava feliz, aluguei a paciência do meu mais novo amigo,
o Arnaldo. Arnaldo tem 24 anos, é funcionário público, fala baixo e é bem
educado, esta última uma qualidade que aprecio. É bem esforgado e inteligente,
apesar de ler O leviatã como se fosse um romance. Logo no primeiro dia de aula
-aquele do trote- nós ficamos muito tempo conversando, sobre assuntos variados;
como foi o vestibular UFRJ,UFF,UERJ, Uni-Rio...?!!!. Posso estar querendo me
encher, mas também vou aproveitar para elogia-lo; dizem que atraímos para perto
de nós, pessoas sempre muito parecidas conosco. Aprovei tei então a boa
compania e o enchi com um monte de baboseira e suspiros por Luna toda aquela
maravilhosa noite. Na sala, no caminho
para as barcas, na barca, falei a noite inteira daquele anjinho e achei
sinceramente que ele se aliviou em não ter que pegar o ônibus de volta para
casa comigo. Achei por um ou vários momentos que aquele sorriso de Luna, que ao
me ditar seu telefone, pudesse realmente ter algo de mais... a mais que um
simples papo cabeça. Será que tinha? Ou não?!
De
fato eu realmente fiquei alegre aquele dia –e nos outros-. Até que chegou a
Sexta feira, e eu esperei chegar até nas barcas para ligar para ela, esperei,
esperei, esperei até que resolvi tirar o celular do bolso e busquei o número de
Luna, já nervoso e com o coração palpitanto com força. –Droga, não tem sinal!
Quando finalmente eu decidi ligar, não tinha sinal. Eu insisti, acho que com a
esperança de que a ligação nunca completasse, mas ela completou, e eu fiquei
mesmo com o coração na mão. Ainda achei com todo meu pensamento positivista...
–Há, vai dar fora de área.
–Telefone desligado. –Talvez, falta de pagamento! –Bem provavelmente engano...
- Oi!
-Luna... Engoli a seco e
ameacei gagagagaguejar mas, incorporei um malandro qualquer que me fez dizer:
-Tudo bem?! (É sempre uma pergunta estúpida, né!?, imagina se alguém que acabou
de te conhecer vai dizer que não. Não, minha unha quebrou meu cachorro morreu
estou de saco cheio da faculdade quero sair de casa minha mão me odeia, e você,
o que acha disso? Seria um suicídio social, concorda?!) É o Luís, da faculdade.
-Oi Luís, tudo bem?! Imagine
eu agora respondendo tudo aquilo entre parêntese!
-Poxa, eu tô indo pra
Niteroi agora e...
-Pô, eu também, você tá nas
nas barcas?
-Tô
-Pô eu tô indo pra íí..
-Há, eu já estou chegando
aqui em Niteroi, estou dentro da barca, que pena.
-Hãm..
-Eu liguei para saber se
aquele nosso papo está de pé?!
-Tá, tá sim, lá agente
conversa...
-Falô, lá eu te espero
então...
-Tá bom..
-Beijo.
-Beijo.
Que alívio hem, aeeee
cupade, se dei bem... Foi isso sim... espera só... Eu cheguei na hora
marcada... (Quase uma hora antes!) Sentei-me calmamente ao lado do canteiro,
olha as plantas, acho eram espadas de são Jorge, eu nunca entendi nada de
plantas mesmo, mas eu fiquei lá com um livro à tira colo, acho que Memnoch, de
Anne Rice, fingindo que estava lendo. Acabei me entretendo com a leitura e a
hora passou rapidamente, e chegou uma colega de turma. Camila pulou em cima de
mim e me segurou pelo braço, pretendendo dar-me um susto. O único susto que
tomei foi quando ela me perguntou a hora e eu disse: -17:30h. Nossa, tinha
passado trinta minutos e Luna ainda não havia chegado... Comecei a olhar em
volta de mim, mas não a vi. Fiquei apreensivo, nervoso, mas achei que poderia
ter sido realmente um atraso nas barcas ou qualquer coisa que tivesse realmente
impossibilitado aquela gata de chegar até mim. Logo chegou Nathalia, que também
sentou ao meu lado e pôs uma de suas mãos sobre meu braço e tornou,
teoricamente, a conversa um pouco mais interessante para mim, não que elas não
fossem... -aliás Camila e Nathalia, são duas das meninas mais bonitas da sala-
interessantes, mas eu não conseguia mesmo me concentrar. Chegaram mais meninas,
e mais, e eu olhando para os lados... para quem visse a cena... um eunuco
salvaguardando o harém de um sultão qualquer, obviamente sem o menor cuidado.
Então, és que olhei entre as meninas em pé à minha frente em avistei Luna,
sentada do lado oposto a que eu estava, no colo de uma amiga(ufa!), olhando para
onde eu estava. Achei que ela podia não ter me visto, mas como, ela realmente
estava me olhando, e continuava me olhando! Quando ela reparou, desviou o
olhar, continuou conversando, ou fingiu que estava... Eu fiquei olhando aquilo,
meio pasmo, meio puto e totalmente incógnito. E ela me olhou, e eu a olhei...
Eu quase gritei... Pô, tô aqui! Aqui, Ó!! Quase pulei por cima daquelas
plantas, que até agora não sei se é mesmo espada de são jorge ou qualquer coisa
que fica apontada para cima e conota... é. E ela continuou olhando, até que eu
timidamente fiz um sinal, do tipo vem cá... (escroto né?!) Ela virou a cara. E
então, aquilo miopia? Cegueira?! Síndrome de Donw? Lerdeza?! Esquizofrenia?! Ou
Sacanagem mesmo?! E... bateu 18h e... ela subiu e eu também... abestalhado,
desconcertado mesmo, chateado. Mas o intervalo ainda estava por vir... Hãm
hãm... Desci correndo, olhando para os lados, mas correndo, mal pude falar com
os colegas que encontrava, estava afoito e sentei no mesmo lugar onde estava.
Logo ao lado estava rolando uma festinha de história e estavam todos lá,
veteranos de história, alunos de ciências sociais de todos os turnos e tudo
mais. Maria, uma simpatissícima colega que conheci na sala me chamou e me
apresentou as meninas de história do turno da manhã, como era mesmo o nome
delas...? Há sim, Fulana, Cicrana, Beutrana... como eu poderia guardar? Eu
estava cego completamente surdo e a mudez já comum, há essa não faz diferença
mesmo! Logo cheguei para o lado e comecei a proteger o mundo do meu humor
incomensuravelmente ruim, fiquei esperando por quase quinze minutos –se é que
eu estava esperando mesmo ou só remungando comigo mesmo o que tinha acontecido-
e ela derrepente passou na minha frente, estava realmente linda, adoro o jeito
como ela anda, parece despreocupada, mas de maneira nenhuma descompromissada,
soa como uma criança, solta e ao mesmo tempo pudica. Estava com um tênis
vermelho lindo, que combinava inteiramente com seu casaco verde(?Eu hem?),
segurava uma pasta que aparentava pesada e fazia aqueles bracinhos brancos
fibrilar de tanto esforço. –Ô, ei, aê, aê... Ela nem olhou, continuou andando
progrediu ao mesmo lugar onde estava antes, mas antes que ela pudesse sentar,
seu telefone tocou.
–Alô Luna?!, onde você está?
(eu sei, eu sei... beirei a dissimulação.)
- Oi, Luís?! Estou aqui em
frente do prédio e você? (...acho que ela também)
- Hãm, eu também! Cadê você?
Há já te vi...
- Tô indo aí...
Impressionante,
eu fui andando até ela e nós íamos nos encontrar exatamente no meio do prédio,
no meio do caminho, em frente a entrada principal, longe daquele troço apontado
para o alto que eu até agora não sei o nome. Ela veio sorrindo e acelerou um
pouquinho seu passos, e eu também, até um cara se meteu na frente dela. ela me
olhou, eu percebi que era um conhecido seu e que iniciara uma conversa
imediatamente com ela, ela parou e antes que eu pudesse pensar alguma coisa,
alguém pulou na minha frente.
- Qual é?!
- Quê?!
Era uma das meninas que
Maria tinha me apresentado. –Jesus Cristo! Pensei eu, olhei bem aquilo que
estava a minha frente e pensei, aliás não pensei em nada, -este não é um
relato que vise horrorizar você, apenas
é a minha vida, e por conta disso quase uma comédia (mexicana)- eu disse:
- Sim, com licença, eu tenho
que falar com um amiga!
- Oi, eu...
Eu imagino hoje o que ela
deve Ter falado de mim depois disso, pois eu fiz que ia encostar no ombro dela
passei sorrateiramente do seu lado deixando, acho eu, apenas um leve Tufão em
seus cabelos pela velocidade que passei.
Eu finalmente estava andando
ao encontro de Luna, ela também tinha largado aquele... aquele... -bom não
importa se era o George Clone ou o corcunda de Notredame, estava de costas e
mesmo de frente, para mim seria a mesma coisa- cara.
- Oi Luís!
- Oi Luna, puxa eu fiquei te
esperando e você não chegou?
- Poxa, eu cheguei as cinco
e meia...
- Eu fiquei aqui esperando
ali, sentado, ao lado daquela... é... daquilo... Vem cá, que que é aquilo heim?
- Não sei, estranho né?!
Aquele troço, apontando pro alto...
- Bom, mas heim, eu tinha te
visto, você estava ali, com sua amigas, você não me viu? Não viu eu falar com
você? (Se é que um psiu é falar)
- Não, não vi.
- Hum, sei...sério?
- É.
- Tá, é...
- Vamos sentar. Disse ela.
- Claro.
Sentamos na lateral direita
da entrada do prédio de história, bem atrás de onde meu colegas de turma
estavam. Enquanto isso, as pessoas saiam das salas e se amontoavam na festinha
que estava rolando logo ali do lado. Nossa, tinha mesmo enchido, não faltava
cerveja, a comida é apenas um paliativo, nos sabemos, mas tinha futebol né. A
faculdade tem um extenso gramado que divide um conjunto de prédios de outro,
esse gramado é sempre bem cuidado e da altura que ele fica, a bola rola
tranqüilamente (francamente, com a “fome de bola daquele pessoal, e toda aquela
arte estampada em tombos e divididas estrondosas, rolaria pelada até em um
terreno baldio, de mato alto, com cachorro e em declive). Daí então,
conversamos tranquilamente, como se realmente tivesse que acontecer, e será que
tinha mesmo? Hipocritamente perguntei como se fazia para concorrer e a uma vaga
de monitor, e outras coisas verdadeiramente bobas, mas que fazem o papo fluir
quase que naturalmente. Luna disse que era bolsista e fazia pesquisa sobre a
ditadura militar. E foi ótimo porque tínhamos dezenas de coisas em comum. Até
que ela comentou sobre um tal de Ciro, Ciro Falmoriam Cardoso, eu já tinha
ouvido falar dele, é na UFF, o que Jesus é para Igreja Católica. Ela comentou
que ele era egiptólogo, e eu, inebriado com ela e aquele jeitinho de falar bem
manso, devagar mesmo –aliás, quando ela me disse que era baiana eu saquei tudo
-, perguntei: - O que é um egiptólogo? Em milésimos de apenas hum segundo,
respondi a mim mesmo, como se fosse recíproca essa pergunta. E disse baixinho
–IMBECÌL- E então ouvi Luna me explicar, com pequenino ar de superioridade mas
ainda com a lentidão que ela mesma julgava ser lerdeza. Bom, ela realmente me
explicou do que se tratava a monitoria e a bolsa que pegara, além de exibir-se
um pouco com o caso do Ciro. Mas chegou uma
hora que eu disse a ela...
De repente, chegou mais um
colega de Luna, ela estava lé a muito tempo, está no quinto período, deve
conhecer toda a faculdade, e simpática como é, deve fazer amigos facilmente.
Por um momento (minutos intermináveis) me senti ignorado, um alienígena, uma aparição
que ninguém liga, finge que não esta ali. E finalmente, depois de eu já Ter
chamado a atenção do rapaz que estava de mochila aberta –e ele sequer ter dito
obrigado- ...
–Há, se já conhece o Luís?
–Não.
Claro, devia acontecer mais
cedo ou mais tarde, afinal eu já estava quase levantando e indo embora.
Respondi eu com toda simpatia, alegria e furor que podia:
-Oba.
E estava bom né, Luna ficou
feliz, o cara também e eu também (fingi) que estava feliz. Ele então foi logo
embora, se despediram com beijos rápidos e eu nunca mais o vi. Aliás naquela
faculdade, tenho a impressão que todo dia chega uma novo aluno, até hoje, dois
meses depois, vejo gente nova lá.
-Sabe, finalmente eu encontrei alguém que fala tão
lento quanto eu. Sei que parece estranho dizer isso para uma garota, mas fui
extremamente sincero e não me arrependi. Foi quando ela concordou e repetiu seu
comentário:
-É eu sou muito lerda mesmo.
Por um momento assenti com a cabeça.
Continuamos conversando, ela
aparentava cultura, falava sobre vários assuntos com facilidade e quando se
tratava de história, respondia algumas de minha perguntas com certo grau de
simplicidade, acho que respeitando minha calourice. Eu sentia um empatia
tremenda, mas tinha dificuldade tremenda de enxergar o que estava a minha
frente, não sabia o que se passava na cabeça de Luna. Mas isso só acontece
quando estou envolvido, aliás, só acontece quando tenho que por a prova se
acredito mesmo no que estou dizendo, se acredito mesmo se sou capaz, ou como
dizem por aí, se acredito “no meu taco”. Cheguei a uma conclusão simples;
complexo de inferioridade. Especulei, com colegas, lógico, sem revelar nada,
como isso se daria em um jovem, concordaram comigo, quando eu disse que poderia
funcionar como um complexo de Édipo ao inverso. Não ódio pela mãe, como mão
antípoda ao amor, mas funcionando desta maneira: A mãe, embora presente na vida
do filho, em sua infância e juventude, não participava e não se enteressava
pelos pequenos “problemas” do filho, não comparecia, não participava, não se
disporia a fazer carinhos, a paparica-lo, ou outras coisas, que de certo não
são banais. Concordamos que dessa maneira, a criança cresceria sem o afeto
necessário e sem auto estima suficiente para lidar com situações que
dependeriam mais de decisão e menos timidez. Concordamos que a ausência desses
afagos, estruturaria um homem sem capacidade de discernir quem realmente
estaria ao seu lado, sua mulher ou sua mãe. Essa indiferença, na sua
interpretação, seguiria patente em seus relacionamentos em que cobraria mas de
suas parceiras do que realmente elas poderiam dar, cobraria dessa parceira o
afeto ideal, total, irrestrito e sempre perdoável. Isso criaria uma imensa
dificuldade de relacionamento pois, as parceiras, namoradas, noivas, ou até
amigos se sentiriam abafados por cobranças e atitudes infantis do afetado (é tô
falando de mim mesmo). –Estou procurando ler mais sobre isso -
- E sobre essa exposição que
está tendo ali no CCBB, se tá sabendo?
- Qual., do Paris 1900?
- Isso.
- Pô, maneira, mas é sobre o
que?
Eu então. Repetindo o ar
vitorioso e levemente arrogante expliquei lentamente do que se tratava. Com
paciência e presteza, mas se ela preferir, lerdeza. Não quis parecer tão
triunfante assim, pois eu estava prestes a convida-la para ir até lá comigo,
portanto, na iminência de ruborizar meu rosto, sentir frio no estômago, ficar
pequenininho, talvez até sumir no meio daquele troço apontado para o alto –
Isso me consumiu mais uns cinco segundos de raciocínio infrutífero -.
- Você gostaria de ir até lá
comigo?
- Gostaria sim.
- Hãm?
- Gostaria!
- É... bom... – dois
segundos - eu não quero apressar nada, mas durante a semana é um dia bom para
você? É, eu digo isso por que deve ficar mais fácil de se movimentar na direção
do centro da cidade e logo depois nós viríamos para a faculdade...
- É mas eu estou com um
problema aí, eu estou cortando os laços familiares e saindo de casa para morar
sozinha e estou tendo muito trabalho para encontrar um lugar, sabe? E eu acho
que a gente pode demorar para marcar um pouquinho... Eu agora vou ter que
subir, já vai começar minha aula.
- Claro... eu também...
Ela meio que levantou,
levando a mochila e a pasta junto com ela dizendo:
- Vamo se falar!
Não vou fingir que não doeu
ouvir isso. Foi difícil digerir. Utilizai-me novamente de astúcia e
inteligência, desfazendo aquela cara de perplexibilidade e susto – por
múltiplos motivos – e disse:
- Pô, me liga quando tiver
saindo, para agente ir de barca juntos.
- Poxa, acho que eu vou de
carona com meu professor hoje.
- Poxa, em todo caso, se
não, você me liga, acho que estarei aqui em baixo, nessa festa.
- Tá bom. Tchau.
- Tchau.
Fiquei risonho por um tempo,
acho que aquele “sim” me cegou os olhos, acho que não medi exatamente o que
estava acontecendo. Subimos todos para a aula, meus novos colegas, todos em
fim, sem nenhum questionamento, eu estava só tentando avaliar o que havia
ocorrido, mas como já disse, isso fica difícil quando estou envolvido, e quando
consigo, tem sempre resultados negativos.
Sentei-me e logo pus o celular no meu colo, esperando-o
tocar. Sentei próximo dos amigos de costume, que já olhavam com alguma
desconfiança de que pudesse estar ocorrendo alguma coisa, e tranquilizei-os,
dizendo que não era nenhum surto, só estava feliz mesmo. Mas o telefone não
tocou, terminou o último tempo e ele não tocou, fui descendo as escadas
quietinho, pensativo, tentando imaginar os motivos que fariam com que ela não
me ligasse, talvez telefone sem cartão, talvez ela tivesse anotado errado meu número, ou ela não pode
realmente por causa da carona, ou teria sido abduzida no meio da aula. Eu desci
e encontrei alguns veteranos e então pedi um cerveja. Apesar do frio, desceu
legal e me distraiu durante algum tempo, enquanto conversava besteiras e
continuava olhando para os lados a procura de Luna. Bom, como o futebol tinha
acabado, estávamos no meio de um bate papo legal, haviam várias caixas de
cerveja e tinha baixado seu preço para vender mais rápido... –Me dá mais uma!
(Eu sei que não se inicia frase com pronome oblíquo átono). Quando ela passou
em minha frente, descartei a hipótese de abdução, mas logo pairou sobre mim um
dúvida, será que ela sabe que estou aqui? Pus-me a mostra, me destaquei, fiquei
na frente dos meus amigos, mas nada, a menos e cinco metros de mim ela não me
viu. Eu me senti tão pequeno que acho que ninguém mais me viu, eu sumi em cima
daquela latinha de cerveja barata. E olha que não adiantou eu tirar meus
óculos, para ver se a miopia dela se resolvia com a minha hipermetropia.
Estaria confirmada a
hipótese de lerdeza e síndrome de down, ela teria mesmo sido abduzida e o que
eu via ali naquele momento era um E.T. com um disfarce daqueles que se usam nos
filmes dos Homens de Preto? Bom, seja quem for, estava com uma fisionomia
estranha, acompanhada de alguns senhores andava meio torta com o peso que
levava enquanto balançava o rabo. Rabo?
Continuar....
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