A menção dos protagonistas da história da revolução
mexicana apreciada aqui, tem por aspiração também ressaltar brevemente fatos e
características destes momentos conturbados que viveram o povo mexicano:

Mas apesar do crescimento econômico, a riqueza
do país teve sua concentração de renda ainda mais acentuada, crescendo também o
índice de pobreza e analfabetismo. Muitos protestos foram feitos pelos
mexicanos, todos respondidos extrema violência. O grau de insatisfação como o governo
ditatorial porfilista aumentou muito nos últimos anos e a população já dava os
primeiros suspiros de busca por uma demoracia. Porfírio Diaz Mori é deposto na
revolução de 1911, que encabeçada por Francisco Madero. Ele abandona o país e
morre no exílio –Paris– em 1915.

Após
a revolução de 1911, assume o poder. Seu governo é conturbado, pois ele se
utiliza dos mesmos expedientes de Porfírio para manter o que considera a ‘ordem
social’. Seu governo não consegue atingir os anseios populares. “Esse negócio de dividir as terras é um
despropósito[2]”.
Desta forma, perde apoio dos trabalhadores, que começam a demonstrar suas
insatisfações. Pelo seu caráter nacionalista é mal visto pelos EUA, tendo o
embaixador estadunidense, incitado até uma revolta contra ele em 09 de
fevereiro 1912. Seu governo sustenta-se apenas até 1912. Madero é assassinado
em 1913, eliminando quaisquer esperança de democratização para o povo mexicano.

A
eleição de Wilson é decisiva para a deposição de Madero. Os grupos que ajudaram
Madero, agora se perfilam contra ele. Depois que Madero é deposto, Huerta
assume com apoio dos EUA. Zapata, comandando o exército libertador do sul,
agora adere a Carranza, até a “revolução constitucionalista”. Mas mesmo depois
de Carranza no poder, as aspirações de Zapata não são atendidas e ele se une na
facção política dos convencionistas, novamente pleiteando a reforma agrária, e
também a autonomia comunal e uma menor burocracia na relação entre o povo e o
poder.
Zapata morre em abril de 1919, sem
conseguir atingir seus pleitos. Um agente de Carranza o assassina em uma
emboscada, traindo-o com uma promessa de conversa amigável.
Pascual Orozco (1882-1915):
Orozco, foi um agricultor e liderou as forças rurais do Estado de Chihuahua,
filiou-se ao movimento anti-reelecionista contra Porfírio, ficando ao lado de
Madero. Participou junto a Villa, no assalto a Cidade de Juárez, recebendo
então armas dos EUA. Contudo, pelos mesmos motivos de Zapata e Villa, se
sublevou contra o governo de Madera, sendo derrotado pelo General Huerta.
Quando Huerta chega ao poder, Orozco “mexicaniou[3]”
os seus companheiros Zapata e Villa e uniu-se a Huerta, sendo promovido a
general em 1914. Foi assassinado no Texas, em 1915, quando Carranza estava no
poder.
Francisco
Villa Doroteo Arango (1878-1923): Pancho Villa, meeiro, bandoleiro, filho
natural da vida comunitária, armada e ao ar livre, líder do grupo armado de
Chihuahua, detinha pleitos muito parecidos com Zapata, o que o pôs diversas
vezes ao seu lado em lutas contra os governos que consideravam ditatoriais.
Contudo, Villa ainda tinha como sonho a criação de ‘República de colônias
militares’, onde as pessoas trabalhariam três dias por semana e em três outros
receberiam treinamento militar e de combate, podendo responder assim a qualquer
ameaça que o México sofresse. Villa foi combatente Maderista, mas depois se
virou contra ele. Já durante a administração de Huerta, foi preso em uma
campanha de Orozco e condenado a morte por fuzilamento. Madera o salvou da
morte, porém depois Madera foi assassinado. Francisco Villa volta do exílio
sedento por vingança, “sem saber que
estava começando, assim, a formação de um dos mais eficazes exércitos populares
dos tempos modernos.[4]”
Invadiu uma cidade estadunidense de Columbus para provocar a entrada dos EUA na
guerra contra Huerta. Em outubro de 1914, quando se reunem todas forças
revolucionárias, após tirar Huerta do poder, é informado que deveria deixar o
comando do exército. Adere a facção convencionista com Zapata, opondo-se a
Carranza enquanto esse mantinha uma política apenas de reformas
constitucionais, porém sem reformas sociais.
“Com las
barbas de Carranza
Voy a hacer
una toquilla,
Pa’ponérsela
al sombrero
Del Señor
Francisco Villa.[5]”
Após a
queda de Carranza, Villa adere a uma acordo com o então presidente Obregón,
entrega as armas, recebe uma escolta de cinquenta homens –afinal um
revolucionário não poder andar sozinho–, tem seu exército incorporado as forças
oficiais (aquele que quisessem) e recebe uma fazenda no norte do México para
tentar realizar sua utopia da ‘República de colônias militares’. Morre em 1923,
vítima de uma emboscada.
Vitoriano
Huerta (1845-1916): Huerta, participou do governo Porfírio Diaz, sendo exaltado
a General de Brigada. Mais tarde, depois da deposição de outro presidente,
Madero, assume o cargo de Secretário do Governo, sendo que no mesmo dia, o
então presidente Lascuraín renuncia e, ele próprio assume o poder (1913-1914).
Como já foi citado, o apoio dos EUA foi imprescindível para que chegasse ao seu
intento, contudo, pelo acordo feito com os estadunidenses, Huerta deveria nas
próximas eleições abrir espaço para a vitória de Félix Diaz, homem de confiança
estadunidense e parente do antigo ditador Porfírio Diaz. Huerta, trai os amigos
estadunidenses, dissolve o congresso, instaura uma política agressiva e se
elege presidente. Novamente os lideres de grupos para-militares como o de
Zapata e Villa, se unem para combater o governo, desta vez, contando com um
Carranza, o governador da cidade de Coahuila, que se julga o único governante a
continuar respeitando a constituição de 1857.
A política de Huerta desagrada até o
exército federal, muitos desertam e Huerta se enfraquece. Wilson é eleito nos
EUA e na antipatia pelo governo Huerta, o incidente em Tampico é utilizado como
pretexto para ocupação armada do porto de Vera Cruz. O único dos antigos
líderes de grupos ao seu lado, é Orozco, mas ele não é o suficiente para evitar
sua queda. Huerta perde o poder em julho de 1914, na chamada “revolução
constitucionalista”, em que Carranza assum o comando do pais. Huerta vai para a
Europa e depois para os EUA, onde é detido por duas vezes, por supostos
contatos com agentes alemães, morre em 1916, no Texas, vítima de uma grave
doença.

Villa e
Zapata o aceitam como líder, unindo suas forças contra Huerta. Inicialmente, as
forças de Carranza, originadas de Coahuila, sofrem derrotas e ele se refugia na
sua fazenda Guadalupe, onde cria o “Plano Guadalupe”, que visa respeito o
constituição, mas que não atende as reivindicações sociais.
Huerta
tendo seu governo enfraquecido, foge para o exílio. Carranza assume o poder e
acaba de esfacelar o exército oficial, já que os exércitos para –militares do
norte e do sul o respaldavam.
Em outubro de 1914, são reunidas
todas as forças revolucionárias. Nesta reunião é decidido que Villa deve deixar
o comando do exército e Carranza, as pretensões de ser presidente. Surgem duas
facções e Carranza encabeça o grupo ‘constitucionalista’, que detém poucas
idéias de reformas sociais, mas que porém, exortam mudanças constitucionais.
Zapata e Villa opõem-se dentro da facção Convencionista, que prevê distribuição
de terras que atingissem a todos. Quando aprovada a nova Constituição, em 1917,
Carranza se faz presidente. Neste momento Carranza controla os principais
centros de produção de recursos no norte e no sul, porém há uma resistente
estagnação na extração de prata e outros recurso de mineração. O país se
endivida através de empréstimos e o setor de transportes se desestrutura,
ajudando a estagnar a comercialização de açúcar e algodão. O único setor a
sofrer alguma melhora é o petrolífero, aumentando cerca de dez vezes, porém
este, está nas mãos de senhores locais.
Carranza
controla Yucatan, o Estado Nacional, as Oligarquias e pretende se reeleger.
Enquanto isso, as forças anti-reelecionistas, comandadas por Villa e Zapata
ocupam regiões do norte e dos sul e, contam também com novas personagens,
Plutaco, Elias Calle e Álvaro Obregón, este último com franca simpatia das
forças opositoras e dos operários. Obregón é que assume o poder após a
deposição de Carranza. Os conflitos se sucedem no México até que Carranza perde
apoio militar e na fuga para o exílio em 1920, é assassinado. Obregón assume o
poder e até Calles chegar a presidência, as relativamente vão se acalmando no
México.
[1] Frase de
Porfírio Diaz.
[2] AGUILAR
Camín, Héctor e MEYER, Lorenzo. “À sombra
da Revolução Mexicana. História Mexicana Contemporânea, 1910-1989”. São
Paulo, Edusp, 2000. p. 68.
[3] Gíria
utilizada na Espanha que denota Traição. Anotação da aula de Norberto Ferreras.
[4] AGUILAR
Camín, Héctor e MEYER, Lorenzo. “À sombra
da Revolução Mexicana. História Mexicana Contemporânea, 1910-1989”. São
Paulo, Edusp, 2000. p. 62.
[5] Música:
La cucaracha. Folha avulsa entregue aos alunos no dia 11 de novembro de 2003. Universidade
Federal Fluminense.
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