Resumo do texto Ideologia
Alemã
INTRODUÇÃO
Com a leitura do texto,
percebemos ser possível e interessante dividi-lo em três partes. Na primeira
parte, buscamos trazer algumas citações que são mais elucidativas para o
entendimento de Ideologia Alemã. Tais
citações serão acompanhadas de comentários pertinentes ao seu entendimento,
sempre auxiliadas pelo conteúdo das aulas ministradas pelo professor Jardim. Na
segunda parte, trouxemos citações que buscam definir o conceito de Ideologia. Trouxemos também para
trabalhar com este conceito, a partir das indicações do professor, o conteúdo
do livro O que é ideologia? de
Marilena Chauí e de Adorno, em Temas
básicos de sociologia e Indústria
Cultural.
Com o desenvolvimento de
nosso trabalho, na terceira parte, traremos uma conclusão baseada em nosso
entendimento do livro de Marx e Engels.
1ª PARTE – ALGUNS PONTOS INTERESSANTES
1ª citação:
(...) e seus limites são produtos se sua consciência, os jovens
hegelianos, [...] propõem aos homens este postulado moral: trocar sua
consciência atual pela consciência humana, crítica ou egoísta, removendo com
isso seus limites[1].
Marx e Engels, propõem a
mudança do postulado moral utilizado, que então permitia considerações
contemplativas e irreais. Essa mudança se daria em nome da consciência empírica,
materialista.
2ª citação:
(...) a
“história da humanidade” deve sempre ser estudada e elaborada em conexão com a
história da indústria e das trocas[2].
Segundo Marx e Engels, a
relação de cooperação entre os homens, visa a produção. Portanto, o desenvolvimento
de tal produção, a própria produção industrial, ressalta a fase social em que
esses indivíduos vivem.
2ª PARTE - O QUE É IDEOLOGIA?
“(...) o mundo real é o produto do mundo ideal[3]
Marx e Engels criticam
Feuerbach em suas proposições que por vezes abordam não apenas o real, mas
também todo o possível, separando assim, segundo os autores, a história do
materialismo.
Enquanto os idealistas
(neo-hegelianos) atestam que a consciência produz o materialismo, os autores de
ideologia alemã, caminham em sentido contrário, elucidando que é o materialismo
que produz as condições de surgimento da consciência. O atual estado de mazela
da sociedade em geral, por exemplo, faz com que a classe dominante, detentores
dos criadores de idéias, dos pensadores, criem falsas ideologias, tentando
camuflar os problemas residentes na sociedade. Inseri-se nesse conceito, tanto
quanto a produção de consciência, a religião e as ideologias admitida e até
sustentada pelos neo-hegelianos. A sociedade se tornou condicionada devido a
uma falsa consciência criada pela classe dominante. A burguesia expõe como
interesse de toda sociedade os seus próprios interesses, tornando
ideologicamente sedutoras as preposições que a sustentam.
Essa
adaptação se realiza mediante a pontos da indústria cultural, como o cinema, as
revistas, os jornais ilustrados, rádio, televisão, literatura dos best-seller
dos mais variados tipos, dentro do qual desempenham um papel especial as
biografias romanceadas. É por demais evidente de que os elementos de que se
compõe essa ideologia intrinsecamente uniforme não são novos, freqüentemente ao
invés das técnicas usadas para sua difusão; e muitas vezes encontram-se até
imobilizados e petrificados[4].
Marilena Chauí, em O que é Ideologia? Aponta que a
ideologia é, pois, um instrumento de dominação de classe e, como tal, sua
origem é a existência da divisão da sociedade em classes contrárias em luta.
Segundo a filósofa, a ideologia é produzida em três momentos fundamentais:
a) ela se inicia como um
conjunto sistemático de idéias que os pensadores de uma classe em ascensão.
Nesse momento a ideologia se encarrega de produzir uma universalidade com base
real para legitimar a luta da nova classe pelo poder;
b) ela prossegue
tornando-se o que Gramsci denomina de senso
comum, isto é, ela se populariza, tornando-se um conjunto de idéias e de
valores concatenados e coerentes, aceitos por todos os que são contrários à
dominação existente e que imaginam uma nova sociedade que realize essas idéias
e valores;
c) mesmo após a vitória
da classe que ascende ao Poder, a ideologia continua interiorizada como senso
comum e continua a nortear a nova Ordenação Social.
A ideologia é uma ilusão,
necessária a dominação de classe. Por ilusão não devemos entender ficção, fantasia, invenção gratuita e
arbitrária, erro, falsidade, pois com isto suporíamos que
há ideologias falsas ou erradas e outras que seriam verdadeiras e corretas. Por
ilusão devemos entender: abstração e inversão. Inversão ou abstração do real
para uma ilusão diferente, tal como deseja a classe dominante.
A ideologia consiste
precisamente na transformação das idéias da classe dominante em idéias
dominantes para a sociedade como um todo, de modo que a classe que domina no
plano material (econômico, social e político) também domina no plano espiritual
(das idéias).
Isto significa que:
1.
Embora
a sociedade esteja dividida em classes, a dominação de uma classe sobre a
outra, faz com que só as idéias da primeira sejam consideradas válidas,
verdadeiras e racionais;
2.
Para
que isto ocorra, é preciso que os membros da sociedade não se percebam
divididos em classes;
3.
Para
que todos os membros se identifiquem com essas características supostamente
comuns a todos, é preciso que a classe dominante faça com que todas as classes
acreditem que podem viver com os mesmos ideais. A difusão desses ideais, dá-se
através do domínio do Estado, que por suas vez, influencia as pessoas através
das escolas, dos costumes, das religiões
e dos meios de comunicação disponíveis.
Quando a ideologia é
descoberta pelos dominados, como violenta, não mais parecendo como o único meio
de vida em sociedade, temos uma crise de
hegemonia da ideologia dominante. Daí então, a população começa a criticar
os atuais valores e idéias, podendo aderir a uma nova ideologia, tal como foi o
caso da Revolução Francesa, como citamos.
3ª PARTE - CONCLUSÃO
A abordagem dos autores
caracteriza-se pela crítica que faz ao mundo do pensamento, que levaria os
filósofos a quem critica ao mundo do irreal. A abordagem visa o empirismo, a
utilização de pressupostos comprováveis pela ciência real, positiva, prática. O
livro busca estabelecer uma conexão entre a estrutura social e política com a
produção, sem qualquer especulação ou mistificação. Neste ponto, para Marx e
Engels, o elemento estrutural é o modo de produção e a dinâmica, e, é principalmente,
a luta de classes. Assim, eximi-se de qualquer interpretação religiosa, que
tiraria o leitor do real, levando para um mundo de idéias, conceitos com
princípios, determinantes, que os autores em questão tanto abominam. A religião é tratada permanentemente como
inimiga mortal, como a causa última de todas as relações repugnantes a estes
filósofos[5]. (...)
a “história da humanidade” deve sempre ser estudada e elaborada em conexão com
a história da indústria e das trocas[6].
Marx e Engels dissertam
ainda, que a pesquisa deve partir de fundamentos naturais (materiais) e de sua
modificação no curso da história pela ação dos homens. Nesse ponto podemos
citar as relações do homem com outros homens findando a produção. A cooperação,
a produção industrial, e o seu aperfeiçoamento, em razão do crescimento da
produtividade, do aumento das necessidades e do aumento da população,
fomentando o aumento da divisão do trabalho, compreenderia em uma escala
evolutiva, a localização desse homem no tempo.
(...) não é a crítica, mas a revolução a força motriz da
história[7].
BIBLIOGRAFIA:
ADORNO, T. Indústria Cultural e Sociedade. Ed. Paz e Terra: São Paulo, 2006.
ADORNO, T.W. e HORKHEIMER, M. Temas
básicos da sociologia. Ed. Cultrix: São Paulo, 1973.
CHAUÍ. M. de S. O
que é Ideologia. Editora Brasiliense: São Paulo, 1980.
MARX, K. e ENGELS.
F.Ideologia alemã. Editora Hucitec: São Paulo, 1987.
[4] ADORNO, T.W. e HORKHEIMER, M. Temas básicos da sociologia. Ed.
Cultrix: São Paulo, 1973. pp. 200-201.
[5] MARX,
K.E ENGELS, F. Ideologia alemã.
Editora Hucitec, São Paulo,1987. p.24.
[6] MARX,
K.E ENGELS, F. Ideologia alemã.
Editora Hucitec, São Paulo,1987. p.42.
[7] MARX,
K.E ENGELS, F. Ideologia alemã.
Editora Hucitec, São Paulo,1987. p.58.
Nenhum comentário:
Postar um comentário