1ª) Explique o
processo que Marx denominou revolução agrícola, destacando a sua importância
para a revolução inglesa.
A
‘liberação’ dos camponeses do campo não representa apenas a expropriação desses
homens de suas terras, mas também da forma que tinham de subsistência,
produzindo seu próprio alimento, bem como da utilização de suas próprias
ferramentas.
Os
alimentos, assim como a terra, a partir de agora viram produtos de
comercialização e especulação. Os ‘landlords’
alugavam as terras para os arrendatários que passaram a empregar cada vez menos
pessoas e introduzir cada vez mais tecnologias no cultivo da terra. Esses
arrendatários obtinham lucro certo com o recente mercado interno recém criado
nas cidades pelos camponeses expropriados. Os ex-camponeses, para comprar o
alimento que outrora produziam, devem obrigatoriamente entrar no mercado de
trabalho, contando apenas com seus parcos salários para tal.
Portanto,
para a revolução industrial inglesa, a expropriação dos trabalhadores de sua
terras foi de suma importância, pois liberou mão de obra suficiente para que as
fábricas tivessem muita mão-de-obra a valores ínfimos de salários a serem pagos
em troca. Além disso, com o inchaço das cidades e das multidões de
ex-camponeses dependentes dos mercados, criou forçosamente um mercado interno
forte, capaz de manter e nova economia inglesa e posteriormente expandi-la.
2ª) O que é
acumulação primitiva de capital?
A
palavra ‘primitiva’ aparece porque esse processo está localizado na era pré-capitalista.
As expropriações das terras camponesas, deixando os trabalhadores apenas com a
mão de obra para venda nas cidades, seguiu-se a criação do mercado interno
inglês, imprescindível ao avanço do capitalismo na ilha. A polaridade
necessária para produção capitalista é formada pelos possuidores de dinheiro,
possuidores do meio de produção e subsistência e os trabalhadores, que
expropriados de suas terras, possuem apenas a sua força de trabalho. Marx dizia
que a dita separação entre os camponeses e a terra é o manancial de onde provém
os trabalhadores assalariados, tanto para o capital agrícola como para a
indústria.
Para
muitos contemporâneos de Marx, o capital era criado pela abstinência como fonte
original da acumulação. Marx não concorda com tal afirmativa, diz que a
abstinência só pode levar à acumulação do capital se já existirem relações
capitalistas de produção.
3ª) O que é
moinho satânico?
O
moinho satânico começa com o processo de cercamento dos campos, que termina com
o cultivo comunal existente na Idade Média e leva os trabalhadores às multidões
para as cidades. Lá, os ex-camponeses despreocupados em trabalhar mais do que o
suficiente para a subsistência, tomaram parte dentro de um incipiente mercado
que preocupava-se apenas como a sobrevivência daquele que passasse todo dia
dentro das fábricas. Essa prática, a de pagamento de salário de subsistência,
que conferia ao trabalhador apenas o suficiente para comprar o alimento do dia
ou da semana, conotava a exploração exercida sobre essa mão-de-obra. Leis que
inibissem a ‘vagabundagem’ eram promulgadas no sentido de forçar aos
trabalhadores relutantes a entrar no mercado de trabalho. Aquele que não
trabalhasse poderia ser morto ou até virar escravo.
O
moinho satânico é sem dúvida o movimento responsável pela destruição do antigo
sistema social em que diferenciavam-se apenas a nobreza (nação) e o povo. Os
graus de nobreza passaram a ser secundários perto da capacidade econômica dos
arrendatários, dos trabalhadores com melhor situação econômica e os comerciantes
em ascensão.
Em
síntese, a expropriação de terras conduziu forçosamente o homem, sem
ferramentas, sem meio produtivo e apenas com sua força de trabalho a vender,
para a cidade. Na cidade, esse homem foi obrigado a trabalhar para ganhar
apenas o suficiente para se alimentar sob a ordenação de um mercado
auto-regulado. O trabalho consumia todo o seu dia, a força física e portanto, a
vida do homem.
4ª) Compare as
perspectivas de Marx e Polanyi sobre as transformações que desencadearam a
revolução inglesa?
Marx
analisa as transformações a partir de seus aspectos produtivos, iniciando pelo
papel do processo de cercamento dos campos na revolução inglesa. Todos os males
sofridos por essa população expulsa de suas
terras onde produziam seu próprio alimento. A terra como produto de
especulação e comércio, o mercado auto-regulado (tendo o capitalismo como
mercado que engloba a sociedade), ao método de salário de subsistência e as
transformações acontecidas no sistema de trabalho, o aparecimento do jornaleiro
em detrimento do trabalho por tarefa.
Polanyi
em sua obra, apesar do caráter social, enfatiza as mudanças acontecidas no
Estado e através do Estado. Ele começa com uma analise dos sistemas produtivos
anteriores à revolução industrial, onde os interesses econômicos eram mínimos e
sobre saia as relações familiares. As conjunturas político econômicas da
Inglaterra moderna, como por exemplo, a sua disponibilidade de capital para
investimento.
Polanyi
ainda destaca também a mudança da sociedade como inerente ao processo de
consolidação da sociedade moderna capitalista. Ele mostra como o Estado,
através dos capitalistas, criou condições para que a sociedade fosse submetida
ao mercado.
5ª) O que é a
dupla revolução e qual é a sua importância na formação do mundo contemporâneo ?
A
dupla revolução são os dois acontecimentos do era moderna que moldaram as
formas econômicas e políticas do mundo contemporâneo. A revolução inglesa,
precede a francesa e caracteriza-se pelas transformações econômicas impostas ao
mundo. Os ‘inclousers’ ou cercamento
dos campos, puseram as terras nas mão de arrendatários, futuros capitalistas.
Estes, transformaram as terras, em produtos de comércio, aumentaram a produção
agrícola e vendiam-na ao mercado de consumo criado nas cidades graças aos
camponeses expulsos do campo.
A
revolução francesa inseriu definitivamente no cenário mundial a figura do
burguês como classe dominante. O absolutismo unido as práticas mercantilistas
protecionistas impediam o livre comércio de produtos entre os países, o que
diminuía as oportunidades de negócio dos capitalistas. Ambas as revoluções
foram imprescindíveis para a consolidação do capitalismo no mundo, a inglesa
com a exploração trabalho e acumulação do capital e a francesa com liberalismo
e o fim do absolutismo monopolista.
6ª) Resuma a
análise de Hobsbawm sobre a revolução francesa.
Hobsbawm
começa sua análise, abordando a influência política da revolução francesa em
todo o mundo, a adoção de uma nova organização técnica e de um sistema de medidas
em comum.
Resume
suas especificidades, ressaltando a grande massa populacional da França; as
suas origens, a crise econômica, a carestia e o contraste entre as novas forças
sociais e a tradição feudal; bem como a busca por soluções, que inicialmente foi
a convocação dos Estados gerais, mas que resolvida apenas com a supressão do
voto por corpo em prol do voto por pessoas nas decisões entre os estamentos.
Além
de dissertar sobre os acontecimentos, datando-os, o autor analisa a revolução
francesa colocando sempre as massas populares como centro da pesquisa. Os ‘sanculottes’, pequenos comerciantes e
artesãos entre outros, são os principais organizadores das passeatas e
manifestações. Preocupa-se portanto, as pressões exercidas pela organização
popular, e as movimentações políticas, que ajudaram a acabar com os resquícios
dos direitos de origem feudal, dos quais usufruíam a nobreza.
7ª) Discuta o
tema da formação da classe operária inglesa.
Através
de uma análise de ‘O capital’, descobrimos que o processo de cercamento dos
campos ‘liberou’ a mão-de-obra necessária para fomentar o crescimento da
produção das fábricas. Criou também com isso, um mercado interno e tornou a
terra um produto de comercialização. Os ‘inclosers’
foram imprescindíveis para o surgimento da polaridade necessária para o
surgimento do sistema capitalista, de um lado trabalhadores com apenas a mão de
obra à vender, de outro, os capitalistas, detentores do capital e meios de
produção. Para Marx e Engels, a classe operária engajada em sua luta contra a
burguesia, era a força política que realizaria a destruição do capitalismo em
uma transição para o socialismo.
Aos
poucos, aqueles que reunidos nas cidades industriais de rápidos crescimento
populacional, tiveram a sua mão de obra substituída por máquinas. Os movimentos
reivindicatórios dos trabalhadores geraram por exemplo o cartismo e o ludismo,
e os burgueses, cientes de que era mais fácil tratar com maquinas do que com
homens, aprenderam a lidar rapidamente com isso. A chamada ‘preguiça’ dos
operários em trabalhar foi prontamente respondida pela técnica de ‘salário de
subsistência’. A máquina é introduzida como disciplinadora no meio de trabalho,
pois se uma máquina começasse a funcionar todas as segundas-feiras (feriado
para grande segmento dos trabalhadores) às seis horas da manhã, os
trabalhadores pegariam o hábito de trabalhar regular e continuamente. “A máquina libertou o capital da opressão
do trabalho” Michelle Perrot. Os
excluídos da história. p.23.
A
religiosidade foi muito bem utilizada nesse aspecto, em alguns exemplos a
preguiça era associada a prisão da mente e o sono visto como perverso. A
concepção que a passagem pela terra seria apenas para expiação dos pecados, nas
religiões protestantes passou a ser encarada como uma boa chance de glorificar
a Deus através do trabalho. Trabalhar e não gastar dinheiro em futilidades, faz
acumular o capital e gozar a vida ainda na Terra.
A educação,
também serviu como elemento disciplinador, pois incutia nas crianças o bom
valor de acordar cedo e realizar as tarefas com diligência e presteza. Era
preciso a criação de uma nova sociedade familiarizada com as máquinas. Por mais
que fossem exortados os problemas sociais criados pela mecanização, os donos
das máquinas citavam toda a potencialidade de sua utilização social e moral, ou
seja, diminuição dos custos de produção e atendimento a todos. Desenvolvem-se
cursos e escolas para formação de trabalhadores em variados setores técnicos da
sociedade. Com tudo isso, a escola valorizava a pontualidade e a regularidade,
formando operários aos seus moldes e reprovando exemplos de atrasos e faltas
com multas aos alunos ou professores que incorressem nesses ‘erros’.
“...pela divisão do trabalho,
supervisão do trabalho, multas, sinos e relógios, incentivos em dinheiro,
pregações e ensino, supressão das feiras e dos esportes – formaram-se novos
hábitos de trabalho e impôs-se uma nova disciplina de tempo.” THOMPSON, E.P. Costumes em comum. p.297.
Não
obstante, os ex-alunos também aprenderam a lidar com os novos hábitos e
admitiram em suas vidas a importância do tempo organizando-se posteriormente em
comitês e depois realizando greves pela cobrança de adicional pelas horas
trabalhadas além do expediente.
Michelle
Perrot destaca três ciclos de dominação capitalista através da tecnologia: O
Panóptico, o um ciclo de disciplinação extensiva e um ciclo baseado na
objetivação e interiorização da disciplina num processo de trabalho remodelado
pela máquina. A inovação definitiva para a mudança da concepção de tempo para
os homens, é o relógio, que transforma o tempo em dinheiro.
8ª) Discuta o
tema trabalho e relações de gênero.
As
manifestações e querelas dos trabalhadores levam aos burgueses a introduzir
cada vez mais máquinas em suas indústrias. São movimentos por aumentos de
salário e melhores condições de trabalho que os burgueses respondem com cada
vez mais introdução de máquinas na produção industrial, ou com a propaganda de
que as novas máquinas podem até ser utilizadas por crianças e mulheres. Essa
propaganda é uma forma de resistência as
reivindicações dos operários.
O
papel das mulheres nessa sociedade era de reguladoras do padrão de vida da
família. Às vezes também se inseriam no mercado para o trabalho, quando viúvas,
mães solteiras, no caso de guerras ou quando seus maridos estavam
desempregados. O ideal de mulheres da época era mesmo o de casamento e de
ocupação com os serviços domésticos. Os preços dos alimentos, principalmente do
pão, era regulador da intensidade dos motins organizados e levados a cabo pelas
mulheres. Elas invadiam os comércios de trigo e pão, e, se esses comerciantes
não tabelassem os preços ao que elas considerassem justo, tomavam a mercadoria
e vendiam elas próprias. Por vezes esses motins misturavam-se aos movimentos
ludistas. As mulheres incitavam e participavam da quebra das máquinas, das
greves e de qualquer movimento contra as máquinas que fossem identificadas como
desempregadoras e alteradoras do cotidiano de suas famílias.
Os
homens, primeiros a serem alfabetizados, bebiam o vinho conversavam sobre
política e liam seus jornais nos ‘pubs’. Esses jornais continham em suas
matérias idéias burguesas de manipulação das massas em que aos poucos os homens
foram se moldando. Já as mulheres, analfabetas, mantinham seus redutos de conversa
não só nos ‘pubs’ (onde aos poucos foram sendo expulsas), mas também nos
lavadouros naturais (também aos poucos desarticulados pelo Poder), onde
conversavam sobre os mesmos assuntos, isentas das influências burguesas.
Continuavam a organizar motins e movimentações que passavam alheias ao poder
dos burgueses. Eram as guardiões da Tradição, resistindo com a chamada astúcia
feminina às transformações da modernidade.
É no
século XIX, mesmo ano em que em que a divisão sexual do trabalho atinge seu
ponto mais alto e que as mulheres passam ser o centro das discussões e
tentativa de definições, que elas passam a administrar o salário dos maridos em
prol da manutenção da casa. Em comparação com a mulher burguesa, que apenas
recebe uma quantia suficiente para as despesas, ficando todo o excedente para o
controle do marido, a mulher do operário mostra-se a frente do processo de
compra e divisão dos alimentos da casa. Não só isso, mostra-se no século XIX
como uma mulher subnutrida, que reserva ao marido, trabalhador braçal, o melhor
pedaço de carne, aos filhos o leite e o açúcar e a si própria as sobras.
9ª) Resuma as
idéias de Hobsbawm sobre nacionalismo.
São
resumidas em cinco pontos:
O
autor utiliza-se do termo nacionalismo pela definição de Gellner, que diz que
fundamentalmente um princípio que sustenta que a unidade política e nacional
deve ser congruente.
O
segundo ponto, diz que ele não considera a ‘nação’ como uma entidade social
originária ou imutável. É considerada social apenas quando relacionada a uma
certa forma de Estado territorial moderno, o ‘Estado-nação’. Terceiro, trata da
questão nacional, situada na intercessão da política, da tecnologia e da
transformação social. A maioria dos estudos, hoje, concordaria que línguas
padronizadas nacionais, faladas ou escritas não podem emergir nessa forma antes
da imprensa e da alfabetização em massa e, portanto, da escolarização em massa.
Quarto, as nações são fenômenos duais, construídos essencialmente pelo alto,
mas que, no entanto, não podem ser compreendidas sem ser analisadas de baixo,
ou seja, em termos das suposições, esperanças, necessidades, aspirações e
interesses das pessoas comuns, as quais não são necessariamente nacionais e
menos ainda nacionalistas. Essa visão de baixo, isto é, a nação vista não por
governos, porta-vozes ou ativistas de movimentos nacionalistas (ou não
nacionalistas), mas sim pelas pessoas comuns que são o objeto de sua ação e
propaganda, é extremamente difícil de ser descoberta. E quinto, Hobsbawm
utiliza-se de Hroch para incorporar em sua análise dois pontos, a “consciência
nacional” se desenvolve desigualmente entre os grupos e regiões sociais de um
país; essa diversidade regional e suas razões forma notavelmente esquecidas no
passado. E o segundo, usando a divisão feita por Hroch, divide a história dos
movimentos nacionais em três fases. A fase A, se desenvolveu na Europa do
século XIX, foi puramente cultural, literária e folclórica, sem implicações
políticas particulares e mesmo nacionais. A fase B, onde encontramos um conjunto
de pioneiros e militantes da “idéia nacional” e o começo das campanhas
políticas em prol dessa idéia. E a fase três, quando os programas nacionalistas
adquirem sustentação de massa.
10ª) Discuta
socialismo, liberalismo e revoluções.
Quanto
ao socialismo, dias correntes a integram, a corrente utópica e a científica. A
primeira acredita no esclarecimento social como transformador da consciência
das classes, não precisando portanto, de revoluções violentas para sua
realização. A Segunda, o socialismo científico, proposto por Marx e Engels,
aponta o proletário como agente destruidor do capitalismo e portanto,
responsável pelas transformações sociais.
O
socialismo nasceu como uma alternativa política ao liberalismo. Ganha força e
regulamentação após a publicação do Manifesto Comunista, de 1948. No entanto,
suas idéias remontam a década de 1830. O socialismo realiza-se na aplicação de
propriedades coletivas para maior produção e a igualdade social entre os
indivíduos, ao contrário do liberalismo que prega apenas a igualdade jurídica.
Já o
liberalismo, é característico como doutrina dentro da classe burguesa. É
baseado no movimento intelectual chamado de ilustração. Prega a não intervenção
na economia pelo Estado e o individualismo. A revolução francesa é o palco da
implantação dos interesses burgueses iluministas, que conseguiram a aplicação
de leis que asseguravam o direito a propriedade, direito a vida e liberdade.
Essas duas doutrinas povoam as mentes
revolucionárias do século XVIII e XIX. As revoluções, antes da publicação do
manifesto comunista, tinham como finalidade acabar com as instituições do
antigo regime. No caso da revolução americana, também focalizava-se a
nacionalidade e independência. Apartir de 1848, muitas revoluções mudaram suas
perspectivas, focavam atenuar o descontentamento das massas levando ao povo
melhores condições de existência
Bibliografia:
HOBSBAWN, Eric J. A era das revoluções. Europa 1789-1848. São Paulo, Editora Paz e
terra. Traduzido por Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel, 1977.
MARX, Karl. “A
assim chamada acumulação primitiva.” In: Os economistas. São Paulo, Abril cultura, 1978.
PERROT, Michelle. Os excluídos da história. Operários, mulheres e prisioneiros. Rio
de Janeiro, Paz e Terra, 1992.
POLANYI, Karl. La
Gran Transformación. Los Origines Políticos y Econômicos de Nuestro Tiempo.
México, Fondo de Cultura Econômica, 1994.
THOMPSON, E.P. Costumes
em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo, Companhia
das Letras, 1998.
WEBER, Max. A
reforma protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo, Editora Martin
Claret. Traduzido por Pietro Nassetti, 2002.
A DICIONAY OF MARXIST THOUGT, Edited by Tom
Bottomore, Jorge Zahar editor, 1983.
DICIONÁRIO DO PENSAMENTO SOCIAL DO SÉCULO XX,
Editado por William Outhwaite, Jorge Zahar editor, 1983.
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