Terceiro
Capítulo
A REVOLUÇÃO
FRANCESA
I
Enquanto a
revolução industrial representou a revolução econômica acontecida no século
XVIII, a revolução francesa representou a revolução política. Sua ‘obra’ foi a
influência política que exerceu em todo mundo, a adoção de uma sistema comum de
medidas e organização técnica.
Suas
especificidades são: a grande massa populacional, de cada 5 pessoas 1 era
francesa na Europa; o caráter radical dessa revolução social de massa e a sua
revolução ecumênica.
Origens: Rivalidade econômica com a
Grã-Bretanha (séc. XVIII); conflito entre a tradição (feudal) e as novas forças
sociais; a nobreza isenta de impostos e que recebiam pensões prebendas (como
raramente eram bons administradores, muitos perderam sua fortunas e passaram a
usar sua influência para ocupar os cargos administrativos, exasperando
principalmente a classe média que os ocupava, além disso ocuparam posições
ditas como feudistas, exasperando o campesinato com cobranças excessivas de
tributos); a grande população com pouca evolução técnica na exploração da
terra, más safras conduziram a fome e inflação; crise financeira (guerra dos
sete anos e revolução americana, criam uma dívida que grande parte da receita
francesa).
Soluções:
vários economistas tentarem tiram os privilégios da nobreza, que não aceitam
essa solução e convocam os Estados Gerais. O terceiro Estado não consegue se
impor pois os votos são por Corpo e não por pessoas de cada Estado, persistindo
assim o estado de crise. Até que o terceiro Estado, que representava 95% da
população francesa, consegue a primeira vitória revolucionária. (p.78)
“Em tempos de revolução, nada é mais
poderoso do que a queda de símbolo” Hobsbawn, Eric
1789 –
Proclamação da Declaração dos direitos do homem e do cidadão (queda da
Bastilha). Não era a favor de uma sociedade igualitária e democrática, pois não
era adequada para uma burguesia que procurava se estabilizar no poder, e lutava
por uma monarquia constitucionalizada. O caráter burguês da Declaração pode ser
constatado pelo direito a propriedade assegurado pela Declaração.
O
“grande medo” envolvia a classe média e a aristocracia, que nutriam grande
temor em ser atingidos pela revolução. Quando a máquina Estatal francesa ruiu,
eles logo aceitaram a extinção de seus privilégios (1793). (p.80)
A
pressão da esquerda era cada vez maior. O grosso da classe média burguesa, por
medo de perda de suas ‘conquistas’, passa a caracterizar-se como conservadora,
pois a administração jacobina era muito radical e sem uma oposição para
contrapo-la, desviaria do ideal de uma sociedade burguesa. (p.80)
Entre
os jacobinos encontravam-se os sansculottes, pequenos negociantes,
comerciantes, artífices, lojistas, artesãos, que eram na verdade a principal
força de choque da revolução jacobina –eram eles que realizavam efetivamente as
manifestações, as barricadas, as agitações. Hobsbawn localiza-os entre os
burgueses e os proletários.
II
1789–1791 Vitoriosos, os burgueses liberais através da
Assembléia constituinte proibiram os sindicatos e incentivaram os empresários
rurais. A constituição de 1791 rechaçou a democracia, impondo o voto censitário
através dos cidadãos ativos.
1792 – Proclamação da República, com o direito ao
voto universal masculino e com os deputados do departamento mercantil de
Gironda a frente do processo. O rei foi feito prisioneiro. O poder girondino
baseava-se em sua grande belicosidade externa, franceses bem armados que
ameaçavam invasão ao território francês.
III
1793 –
Os sansculottes, com seus métodos conseguiram mobilizar a massa populacional
francesa, prometendo trazer em sua administração maior justiça social. A
revolução jacobina, com Robspierre na liderança, liberta todos os escravos da
colônias, para faze-los lutar contra os ingleses e aboli todos os direitos de
origem feudal remanescentes. Ajudam os pequenos compradores a adquirir terras
confiscadas dos emigrantes. O Estado francês, que estava sendo invadido pelo
norte por alemães e pelo oeste por ingleses, retomou o território e ainda
invadiu outros como a Bélgica. O aparelho militar cresceu muito e forçou a
administração jacobina a exercer confiscos sistemáticos de alimentos e o
congelamento de salários. Essas medidas impopulares tiram muito do apoio da
massa aos jacobinos.
Rosseau
era um componente do comitê para salvação pública e sua obras muito apreciadas
neste período.
As
execuções pela guilhotina que atingiram tanto a esquerda com a direita,
isolaram Robspierre, deixando-o sem apoio popular e político. No novo
calendário revolucionário, chegara o nono Termidor.
IV
Como
golpe do nove Termidor, o pântano assume o poder sem apoiar-se na esquerda ou
na direita. Impopular, baseia sua sustentação nas vitórias externas conseguidas
pelo exército, que também é responsável pela supressão dos periódicos golpes
internos (lembrar Gracus Babefs).
No
glorioso e respeitado exército francês, destaca-se o jovem general Napoleão
Bonaparte. Os deputados do pântano, sabendo que a sua situação não duraria
muito tempo, provocam um golpe em que o exército tomaria o poder. No golpe do
18 Brumário, Napoleão Bonaparte ascende ao poder na figura de Cônsul da França.
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